Os Caboclos da Umbanda e a força de Cura

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Os Caboclos são seres de muita luz e sabedoria, conhecem profundamente as ervas e os segredos das matas. Promovem a cura e o desenvolvimentos de seus assistidos. Trabalham com as energias da natureza com muito amor.

Os dirigentes espirituais, durante as sessões nos Centros de Umbanda, podem incorporar o caboclo, assim como os demais membros da corrente mediúnica. Nota-se a incorporação por conta do animismo que representa as características próprias de cada falange, expressados na linguagem oral e corporal do médium. Esses guias espirituais atendem de maneira direta, sem enrolação e com muita sinceridade.

Apresentando-se como um nativo indígena primitivo, ele tem a missão de guiar os demais seres humanos por meio de conselhos e direcionamentos sobre diversas questões e também pela estimulação aos atos de caridade.

As cores que representam os Caboclos são vermelho, verde e branco.

A origem da Umbanda

O estado Pará, no norte do Brasil, possui uma localidade chamada Ilha do Marajó, localizada na foz do rio Amazonas. No local há um grande portal de encantamento com diversos caboclos, como a Rainha Cabocla Aurora, do Reino das Águas Claras.

Certa vez os guerreiros indígenas saíram para caçar deixando na aldeia, por tradição, as mulheres e os idosos. Nesse tempo de ausência os europeus atacaram a aldeia e dizimaram quem ali estava. O capelão responsável realizou o enterro em covas coletivas e marcou o local com sete cruzes.

Ao retornarem os guerreiros encontraram um cenário horrível com muito sangue e suas ocas queimadas. Com medo de represálias eles migraram para tribos vizinhas. Somente um índio corajoso permaneceu com a missão de guardar os ancestrais e aquelas cruzes. Esse indígena acabou se encantando e atravessando o portal. Ele escolheu o nome de guardião das sete cruzes da ilha.

Mais de trezentos anos depois, nasceu Zélio Fernandino de Morais, em Neves, distrito de São Gonçalo (RJ). Aos 17 anos ele foi acometido por inexplicável paralisia. Um dia, sem explicação prévia, ele ergueu-se no leito afirmando que estaria curado no dia seguinte. E assim ocorreu surpreendendo a equipe médica.

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Seus tios, padres da Igreja Católica, não souberam explicar o fenômeno. E um amigo da família sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro a fim de obter respostas.

Durante uma sessão manifestou-se em Zélio a entidade que se autodenominou Caboclo das Sete Encruzilhadas (Sete Cruzes Ilhadas). E a mensagem que ele passou foi que havia a necessidade de fundar uma nova religião no Brasil: a Umbanda. Foi assim que foi criada a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em 16 de novembro de 1908, na casa de Zélio.

Os tipos de caboclos

Existem diversos caboclos ao redor do mundo. Pertencente a uma linha de muita força espiritual, o caboclo é sério, quieto, muito direto em seus pareceres, humilde, poderoso, guerreiro ao mesmo tempo em que é um espírito de luz que espalha a mensagem do amor.

Os Caboclos e a mensagem de sabedoria e amor

De acordo com os ensinamentos da Umbanda, para ser caboclo não é necessário ter sido, em alguma reencarnação, um índio ancestral. Mas é fundamental que o espírito possua as seguintes características: caridade, humildade, senso de dever, lealdade e honra. Elas combinadas com uma enorme sabedoria relacionada ao equilíbrio das forças da natureza permitirá ao espírito seguir seu caminho de evolução.

Abaixo listamos os Caboclos comuns na Umbanda:

  • Caboclas de Iansã (Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira): são rápidas, diretas e inspiradoras. Trabalham com assuntos de emprego, prosperidade ou descarrego.
  • Caboclas de Iemanjá (Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d’Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente): são suaves, espertas e amorosas. Trabalham com limpeza e purificação espiritual e desmancham energia negativa.
  • Caboclas de Nanã (Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu): são raras, contidas e não dançam. Trabalham com aconselhamentos e mostrando o karma.
  • Caboclos de Ogum (Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço): são rápidos, diretos e não gostam de rodar. Ajudam em questões profissionais e em entregar ânimo.
  • Caboclos de Omulu (Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d’água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania): são impacientes e se movimentam pouco. Tratam dores físicas, mentais e espirituais.
  • Caboclos de Oxóssi (Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas): são rápidos e dançam muito. Adoram trabalhar com banhos e defumadores.
  • Caboclas de Oxum (Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê): são suaves, costumam rodar e estão atuando para depressão, desânimo e questões energéticas
  • Caboclos de Xangô (Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur): são rápidos ao mesmo tempo que são contidos, trabalham com emprego, casos que precisam de justiça e realizações.

Oferendas para os Caboclos

As oferendas precisam ser orientadas espiritualmente pelo responsável da Umbanda com anos de prática na religião. Em geral elas são fartas e variadas e feitas com muita generosidade e amor. Usa-se muitas frutas, raízes, verduras, legumes e até mesmo doces.

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Aline Ferrão é Espiritualista sacerdote de Umbanda, dirigente do C.E.U Luzes de Aruanda em Gravataí/RS iniciada na cultura de Matriz Africana a qual representa como Yalorixá respeitando as práticas Ancestrais através dos Orixás. Domina a leitura de oráculos como Búzios e Baralho Cigano, direcionando as terapêuticas com o auxílio destas ferramentas. Conhecedora das Ervas e sua utilização no bem-estar de cada ser, assim como estudou e pratica as Técnicas de Reiki Usui, Reiki Xamânico juntamente com Apometria Cristica e Floral de Bach. Facilitadora nas terapias envolvendo a cura da Alma, com a utilização da Medicina Sagrada Ayahuasca. Médium ativa desde a infância, tem como propósito direcionar o seu trabalho dentro da espiritualidade expandindo seu conhecimento para o acolhimento de quem sentir o chamado espiritual. Em sua formação social é graduada em Pedagogia, tendo como sua área de interesse o desenvolvimento Humano.